Novo ciclo, novos projetos, parcerias retomadas.
Duas instituições, dois programas - um grande apoiador da pesquisa e dos estudos e um especialista em preservar a memória do setor eleroenergético.
Com o intuito de entrelaçar propósitos, o Fórum de Mulheres (FM) do CIGRE-Brasil se juntou à série #PaposdeEnergia da Memória da Eletricidade para outro bate-papo - mais uma vez trazendo expoentes do gênero feminino no mercado de energia.
A iniciativa, que preza por uma maior integração entre homens e mulheres no setor eletroenergético do Brasil, dessa vez veio com a intenção de falar sobre a participação feminina no mercado em transição – “esquentando os motores”, nas palavras da Lilian, uma das palestrantes, em uma espécie de prenúncio, do que vem por aí na 4ª edição do FM, a ser realizado, como de praxe, durante o XXVII SNPTEE, com a Eletrobras Eletronorte como Comissão Organizadora.
Sobre o webinar
Leila Guimarães, do time da Memória da Eletricidade, foi a mediadora do webinar com a participação de duas convidadas de peso: Simone Moreira Dias – atuante na área de Desenvolvimento de Novos Produtos na Prysmian Group | EUA e Lilian Ferreira Queiroz - Superintendente de Gestão da Manutenção do Sistema na Eletronorte.
Sobre as convidadas
A ação trouxe ao público as trajetórias emocionantes de duas protagonistas femininas com carreiras que permeiam experiências nacionais e internacionais e as barreiras enfrentadas não só pelas questões de gênero, como também raciais.
De um lado, Simone - de origem humilde, “contrariando as estatísticas”, como colocou, mostrou a todos que o “impossível é real”: foi uma das cinco mulheres da turma em seu curso de graduação e a única negra. Conquistou com muito amor e garra o título de engenheira eletricista pela FEI, em São Bernardo do Campo. Atuante no mercado energia há pouco mais de 15 anos, e sempre movida por desafios, utilizando-os como impulsionadores de forma positiva, recentemente mudou da Prysmian Group Brasil, como gerente da América latina para os EUA, para a área de desenvolvimento de novos produtos, troca de materiais, com foco em mais tecnologia e sustentabilidade.
Do outro, também engenheira eletricista e com mais de 15 anos de trajetória, Lilian Queiroz, da maior empresa do setor de energia elétrica do país, mais especificamente da subsidiária, Eletronorte – com experiência anterior na Sadia e na CEMIG. Desde então atua na área de engenharia de manutenção do sistema, tanto na parte de engenharia, quanto também na de inovação.
Ambas sinalizaram que, mesmo atuando em uma área majoritariamente masculina e com questões ainda a serem superadas - com relação às diferenças salariais, por exemplo, bem como comprovam os dados do IBGE - tiveram muitas portas abertas por colegas homens. Uma verdadeira rede de apoio para que pudessem conquistar as posições de liderança que ocupam atualmente - o que reforça a missão do Fórum de Mulheres do CIGRE-Brasil, alinhada com a Agenda 2030 da ONU (#5ODS – igualdade de gênero): de não só fomentar o incentivo ao ingresso de mulheres no setor de energia, a fim de promover uma busca por equidade, mas sobretudo, de alcançar uma integração. Já dizia o filósofo e matemático, Pitágoras, "o universo é harmonia de contrários".
Para que isso possa se concretizar, um dos pontos levantados é a necessidade de desmistificação da carreira, que acarreta em uma baixa demanda ainda entre as estudantes que vão decidir pela sua profissão. As oportunidades existem, as empresas estão cada vez mais comprometidas com essa causa. Mas muitas jovens acabam por optar por áreas onde o público feminino é mais presente.
Outro ponto comentado é que o setor de energia é muito amplo, não devendo se ater apenas às engenheiras, quando se busca uma maior participação de mulheres nesse mercado – existe uma variedade de áreas, como direito, administração, comunicação, analista de sistemas, química e outras, uma infinidade de oportunidades que compõe esse setor. Não à toa que o Women in Engineering do CIGRE internacional mudou recentemente sua nomenclatura para Women in Energy, o qual teve a nossa Conselheira, Solange David, advogada de profissão, nomeada na Session Paris 2022 como a Chair do comitê.
Transição Energética
O webinar ainda pautou sobre a participação das convidadas em projetos que abrangem a questão da transição energética - uma mudança de paradigma que envolve não só a geração de energia, mas o consumo, o reaproveitamento e toda a cadeia envolvida no processo. E parte desse conceito é a migração das matrizes poluentes de base fóssil – como carvão e petróleo – para energias renováveis, com discussões sobre o hidrogênio verde, por exemplo, onde se busca um equilíbrio entre a produção de energia com o meio ambiente. Bem como foi reafirmado em novembro de 2022, na COP-27 (*), que o caminho para se atingir as metas de descarbonização passa pela transição energética por meio de fontes de baixo impacto ambiental.
(*) A COP-27 é a 27ª sessão da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. Acontece todos os anos desde 1995, e a sua edição de 2022 foi realizada na cidade de Sharm El-Sheikh, no Egito.
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