Fazendo valer um dos pontos que compõe o tripé de sustentação do CIGRE-Brasil - de acordo com os valores de competência técnica e trabalho voluntário com profissionalismo - vem por aí a criação de mais um Grupo de Trabalho (GT). É o caso do GT A2.07, tendo à frente o Coordenador, Cassio de Araujo, envolvendo o Comitê de Estudos A2 - Transformadores.
*Sobre o Grupo de Trabalho
O GT da vez trabalha com o tema Experiência em Aplicação de Sistemas de Monitoramento Contínuo de Transformadores e Reatores.
O histórico e motivação desse estudo remonta nos primórdios da eletrificação, quando a energia elétrica era tomada como um recurso auxiliar, quase acessório, tolerando-se frequentes e longas interrupções. Com o passar do tempo ela se transformou em um recurso essencial, premissa para a realização de diversas atividades importantes na rotina diária de indivíduos e de empresas e organizações diversas. Assim, os utilizadores se tornaram cada vez mais exigentes quanto ao nível de disponibilidade da energia elétrica, uma vez que interrupções no seu fornecimento passaram a ser fonte de prejuízos e danos de toda sorte.
Neste mesmo caminho, as técnicas de manutenção dos ativos do sistema elétrico vêm sendo aprimoradas, e essa evolução tem se dado num sentido que, cada vez mais frequentemente, as empresas dependem de informações confiáveis sobre o estado de seus equipamentos para subsidiar as estratégias e decisões de seu ciclo de vida. Exatamente aí se apresentam os sistemas de monitoramento on-line contínuo de condição dos ativos, que objetivam identificar e sinalizar situações que poderiam impactar em sua performance ou mesmo levá-lo à falha. Por sua indiscutível importância operativa e também pelos custos de reposição associados, pode-se dizer, o transformador de potência é um dos principais candidatos a esse tipo de monitoramento, encontrando-se no mercado várias soluções para o acompanhamento contínuo da condição de suas partes ou componentes.
A tarefa de especificar e implementar um sistema de monitoramento de transformador, porém, não se dá sem uma análise cuidadosa. O futuro usuário se vê diante de diversas escolhas que envolvem desde quais componentes monitorar até a filosofia de reação a ser aplicada quando de eventuais alarmes, passando por questões relativas ao sensoriamento e até à arquitetura, especialmente no caso de parques numerosos. Também não se podem negligenciar, uma vez que sempre se busca a maximização dos benefícios associados, as questões relativas ao ciclo de vida do próprio sistema de monitoramento, como eventuais necessidades de inspeção, testes funcionais, calibrações etc., assim como o desempenho e vida útil que deles se podem esperar, especialmente em negócios regulados.
Diante de todos esses desafios, este Grupo de Trabalho em questão objetiva fornecer à comunidade técnica um guia funcional, consistente, ponderado e imparcial para subsidiar as decisões envolvidas nas fases de prospecção, especificação, implementação, operação e manutenção de sistemas de monitoramento on-line contínuo para transformadores de potência, apresentando aos leitores as diversas alternativas que se apresentam em cada uma dessas etapas, assim como os fatores que podem ser considerados nas análises relacionadas.
O GT, alinhado com as diretrizes do CIGRE-Brasil, de estar em consonância com o compromisso da Agenda de 2030 da ONU, tem como meta atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável #13, que consiste em ações contra a mudança global do clima, através da tomada de medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.
O resultado do estudo poderá ser conferido em setembro de 2024, no relatório a ser emitido pelos especialistas envolvidos.
*FONTE: Proposta de Criação de um Novo GT - por Cassio Araujo