Os Desafios para a Expansão Do Sistema com a Interligação da Geração a Partir das Fontes Renováveis Eólica e Solar foi um dos painéis que fizeram parte da programação do T&D Energy - evento realizado nos dias 18 e 19 de abril, com a temática de Subestações e os 3Ds do Setor Elétrico (descentralização, descarbonização e digitalização) e que contou com a presença do CIGRE-Brasil em seus debates técnicos, representado pelo Diretor-Presidente, Saulo José Nascimento Cisneiros.
A participação do DP contribuiu com sua avaliação - considerando também do que é constatado nos estudos do CIGRE - de como será desenhada uma matriz energética ideal no Brasil sob o ponto de vista de fontes e interligações com as linhas de transmissão. Além de sua definição do estágio do processo no qual estamos e sua opinião sobre os sistemas de armazenamento.
Expôs ainda seu posicionamento de onde chegaremos e como fica a regulação no contexto do elevado crescimento da Geração Distribuída e do desenvolvimento das tecnologias de armazenamento. Bem como sua visão do impacto da entrada dos sistemas de exploração offshore, que começam a dar seus primeiros passos no mercado brasileiro, além dos desafios encontrados para o estabelecimento desse tipo de geração.
O congresso, que apresentou dois formatos de participação - presencial e on-line - bem em consonância com os novos tempos, também teve em seu rol de palestrantes convidados o Diretor Técnico, Iony Patriota, no painel Digitalização no Setor Elétrico e o Desafio de Detectar e Monitorar Ameaças em Ambientes Críticos.
Tema igualmente abordado na parceria que tivemos com a Revista O Setor Elétrico, em setembro de 2021, onde o DT defendeu a ideia da digitalização não ser apenas mais uma opção, uma vez que não há outro caminho. Isto porque as novas tecnologias apresentam muito mais soluções dos que as anteriores, além das questões dos custos reduzidos que envolvem na projeção de uma subestação digital – apesar dos custos adicionais advindos com o processo de digitalização das instalações anteriores. Um desafio que ocorre em qualquer introdução de tecnologia, que envolve todo o esforço de adaptação de treinamento de pessoal e ferramental. Isso para não mencionar os riscos, mas que ainda assim é “um caminho sem volta”, de acordo com Iony, uma vez que o mercado só oferece solução digital.
Participação Painel - Diretor Técnico, Iony Patriota
Um ponto relacionado a esses riscos e que foi levantado é sobre a preocupação que se tem em proteger o Setor Elétrico (SE). Isto porque, segundo Iony, ele é “uma espécie de catalisador dos demais setores críticos”, como o setores de água, de comunicação, financeiro, de transportes – todos dependentes do SE. Falou ainda da teoria em que se estuda a centralidade de sistemas complexos, que é exatamente o papel exercido pelo Setor Elétrico: isto é, de propagar falhas no seu próprio sistema para outras infraestruturas críticas. Por isso o zelo na proteção do setor em pauta, uma vez que uma falha sistêmica trará consequências sociais consideráveis.
Iony informou que estes aspectos vêm sendo discutidos, não só nos ambientes técnicos, mas também no regulatório e concluiu que há, no entanto, a necessidade da criação de normas pelos órgãos reguladores, com a atuação em conjunto do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e com a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) – que ainda se encontra em nível de consulta pública – para uma melhor regulamentação, visando assim mitigar os riscos de incidentes cibernéticos (confira também o webinar Cyber Security no Setor Elétrico). Tópicos de discussão que são “o grande tema do momento”, de acordo com o Iony, que inclusive serão aprofundados pelos Comitês de Estudos B5 – Proteção e Automação e também o Comitê de Estudos D2 – Sistemas de Informação e Telecomunicação para Sistemas Elétricos, dentro do XXVI SNPTEE - nosso maior seminário, a ser realizado de 15 a 18.05.2022.
Conheça a programação completa e o que aconteceu no do T&D Energy. Acesse o site do evento.
Confira o webinar em parceria com a Revista O Setor Elétrico. Acesse.