Nelson Benício Marques Araújo, representando a anfitriã CEMIG, foi o coordenador geral do XXV SNPTEE, realizado na capital mineira, em novembro de 2019.
Em entrevista ao CIGRE-Brasil, o Engenheiro Mecânico da Companhia Energética de Minas Gerais há 32 anos, que, atualmente, ocupa o cargo de Superintendente de Expansão e Operação de Geração e Transmissão, nos contou um pouco da sua experiência em orientar um dos mais relevantes eventos do setor, ao lado de Eliana Campos de Figueiredo Vieira.
Eliana é Engenheira Civil e trabalhou na CEMIG por 32 anos. Sua última atuação na empresa foi na área de assistência da Superintendência de Planejamento e Operação de Geração e Transmissão. Atualmente é sócia na empresa Contemporânea Engenharia e Consultoria Ltda.
Sua atuação à frente da coordenação executiva fez da presença feminina um marco, pela 2ª vez, na história do seminário nacional.
- Como foi organizar e orientar o maior evento do Setor Elétrico da América do Sul? Quais foram os principais desafios?
Foi uma experiência desafiadora e enriquecedora.
Desafiadora porque Belo Horizonte não dispõe de um centro de convenções para suportar o porte do seminário. Portanto, tivemos que construir esse centro em apenas 3 dias com uma logística muito bem planejada para que profissionais de várias áreas pudessem trabalhar em harmonia e em tempo hábil. Foram quase dois anos de intensa preparação junto a uma equipe de elevado nível e bastante motivada, em conjunto com a experiência de profissionais do CIGRE que tornou o trabalho mais fácil .
Enriquecedora porque devido à complexidade do seminário tivemos muitos contatos com profissionais de diversas áreas, com experiências distintas, o que elevou nosso conhecimento do ponto de vista profissional e aprimorou nossas habilidades em negociar para atingirmos um resultado positivo para todos.
Também tivemos o desafio de conseguir patrocinadores num momento de crise pelo qual o país estava passando e foi uma grande surpresa termos conseguido tantos parceiros com uma vontade enorme de fazer história no SNPTEE.
Foi, sem dúvida, um privilégio e muito prazeroso organizar este seminário que sem dúvida é o mais completo e complexo do setor elétrico.
- Quais os pontos relevantes que você destacaria, deste SNPTEE, para a evolução do Setor Elétrico Brasileiro?
Tivemos pontos relevantes e especiais nesse evento. Destacamos primeiramente o I Encontro de CEOs no Setor Elétrico. Este encontro teve como objetivo estreitar o relacionamento dos CEOs com o CIGRE-Brasil e discutir os principais desafios do setor, bem como promover a produção, o compartilhamento, a disseminação e a preservação de conhecimentos técnico-científicos, gerenciais e educacionais aplicados ao setor elétrico brasileiro.
Também tivemos pela primeira vez o Next Generation Network Showcase (NGNS), uma iniciativa do Comitê Internacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (CIGRE) que proporcionou aos jovens profissionais da área de energia elétrica apresentarem seus trabalhos a um público especializado e desfrutarem da possibilidade de construir networking desde o início da carreira.
Soma-se a isso a participação efetiva dos diversos stakeholders, principalmente o poder concedente, com a participação dos executivos e profissionais do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Esta aproximação é muito importante para a busca de soluções que contribuam para o crescimento sustentável das empresas.
Também destacamos o II Fórum de Mulheres e o II Fórum de Jovens, dando continuidade a um evento iniciado no XXIV SNPTEE, ocorrido em Curitiba. O primeiro busca a valorização de intensificar a integração entre homens e mulheres, melhorando os resultados das equipes de estudo e de trabalho do setor elétrico. O segundo promoveu o debate sobre a inserção de novos profissionais diante das transformações no setor elétrico.
“O fórum visa reconhecer a importante contribuição de mulheres com relevância nesse segmento, intensificando a integração entre os gêneros, compartilhando experiências, com consequente melhoria do clima organizacional e dos resultados empresariais”, afirma Eliana.
- O que pode ser destacado para Furnas Centrais Elétricas, futura coordenadora do XXVI SNPTEE no Rio de Janeiro?
O SNPTEE, a cada edição torna-se mais complexo, agregando vários eventos paralelos. Furnas tem a missão de manter o mesmo padrão dos seminários anteriores e também de dar continuidade a esses novos eventos e quem sabe até superá-los. A procura para a participação no seminário tem sido muito grande, portanto acreditamos que a próxima entidade coordenadora não terá muita dificuldade em conseguir patrocinadores, bem como a participação de profissionais para apresentação de trabalhos.