- Líderes femininas apresentaram o cenário de desafios e os progressos que vêm sendo realizados nos âmbitos público e privado para incentivar a formação de mulheres nas áreas STEM, a captação e qualificação de talentos, o desenvolvimento profissional e a ascensão dessas profissionais a cargos de gestão e às altas posições executivas.
Desde o início do ano, a comissão do Comitê de Mulheres do Comitê Nacional Brasileiro, com Carla Damasceno Peixoto à frente na coordenação, vinha esquentando os tambores, para a então concretização do IV Fórum de Mulheres do CIGRE -Brasil - realizado no dia 28.11.2023, durante a 27a edição do SNPTEE, em Brasília - DF.
O papel dos agentes públicos e privados na ampliação da presença feminina no setor elétrico foi o principal destaque do Fórum de Mulheres. Cerca de 500 pessoas participaram - 49,4% mulheres e 50,6% homens - do encontro para discutir temáticas específicas relacionadas às mulheres no setor. João Carlos de Oliveira Mello, diretor-presidente do CIGRE-Brasil, recepcionou os participantes e destacou a importância dos jovens e das mulheres na transição energética do país - temática central do seminário.
Carla Damasceno, em seu discurso de introdução, abordou a necessidade de uma mudança cultural para estimular a participação feminina em áreas predominantemente masculinas, mas fundamentais para o setor de energia elétrica, como as engenharias. “Na transição para um futuro sustentável, os talentos femininos importam. As mudanças são difíceis, mas o CIGRE pode ajudar com sua missão de compartilhamento técnico. É importante reconhecer as diferenças e proporcionar oportunidades iguais, sem preconceitos”, afirmou.
Lideranças femininas apresentaram o cenário de desafios e os caminhos para a promoção da equidade de gênero, apontando sugestões para melhorias, como políticas públicas de formação técnica para as mulheres, além de programas nas empresas para captação e qualificação de talentos femininos. Participaram do debate Márcia Figueiredo, gestora de Diversidade e Inclusão do Ministério de Minas e Energia (MME), Fernanda Dantas Argolo, assessora da Diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Lilian Queiroz, diretora de Gestão de Ativos da Eletrobras, Michele Silveira, superintendente de Comunicação da Eletrobras Eletronorte, Gabriela Desire, diretora-executiva de Operações da ISA CTEEP, Simone Dias, gestora de Pesquisa e Desenvolvimento do Prysmian Group, Leila Guimarães, gerente de Comunicação e Marketing da Memória da Eletricidade, além de Solange David, presidente do Women in Energy do CIGRE Internacional, e de Joyce Meireles, dp ONS, coordenadora do Next Generation Network - NGN do CIGRE-Brasil.
Acesso de mulheres ao setor elétrico ainda é desafio
Uma sondagem realizada pelo Comitê reconheceu que a ausência de mulheres no setor eletroenergético é uma realidade nas empresas brasileiras. Resultados parciais evidenciam que elas respondem por pouco mais de 20% das posições no mercado de trabalho. A participação delas em eventos técnicos, como o SNPTEE, vem crescendo, mas ainda é minoritária. Michele Silveira, que integra a Comissão Organizadora do evento, destacou a importância do olhar institucional para garantir a paridade de gêneros. “O compromisso com a equidade começa com um plano de metas e objetivos claros, pois assim há um maior comprometimento”. Ela também ressaltou que os jovens são fundamentais para o processo de inclusão feminina e renovação do setor.