Luiza Lemos Nogueira Martins e a Busca pelo Melhor Desempenho Socioambiental do Sistema Elétrico Brasileiro![]() Pode nos contar um pouco como se deu a sua escolha pelo trabalho no setor elétrico? Eu sempre gostei muito do mercado de energia e da área de sustentabilidade, mas acredito que tive muita sorte logo que entrei no mercado de trabalho. Comecei meu estágio em duas empresas do setor de energia, a Triângulo Mineiro Transmissora (TMT) - uma LT entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais - e a Vale do São Bartolomeu (VSB), uma LT no Estado de Goiás, ambas de propriedade de Furnas. Nessas empresas, o Diretor Técnico era o João Batista Guimarães Ferreira da Silva (conhecido como Joãozinho), com quem aprendi muito nesses anos, ele me passou o amor pelo setor elétrico e essa área foi me fascinando cada vez mais. No âmbito profissional você tem atuado na interface do setor com as questões ambientais, na empresa de consultoria Ambientare. Como se dá o seu trabalho? Como tem percebido os desafios e as potencialidades dessa área do setor elétrico hoje?
Sua participção nos eventos do CIGRE e no Comitê de Estudos C3 de Desempenho Ambiental de Sistemas é intensa. Qual a importância do CIGRE no seu percurso profissional e de formação? O CIGRE abriu a minha cabeça para a dimensão que tem esse mercado e como podemos aprender e crescer com ele. A minha primeira viagem internacional foi à Coreia do Sul, onde pude participar da reunião internacional do SC-C3 e fiquei encantada com todas as palestras e discussões. Ver Finalmente, como tem percebido a presença feminina no setor? Ainda há uma predominância masculina no setor elétrico, mas isso está mudando com o passar dos anos, as mulheres estão cada vez mais demonstrando sua vontade de estar no mercado, com os mesmos direitos e vem conquistando isso. Principalmente no Comitê C3 brasileiro há uma predominância de mulheres e isso demonstra como o mercado tem mudado. Para mulheres jovens isso é muito estimulante, pois ter como referências outras engenheiras demonstra que o setor vem mudando e está cada vez mais aberto para nós.
![]() Duas vezes Engenheira pela PUC Minas, Isabela Fiuza trabalha na CEMIG depois de duas Graduações na PUC Minas em Engenharia em Energia e em Engenharia Elétrica
A escolha pelo trabalho no setor elétrico não foi algo imediato, mas sim um processo de autoconhecimento e descoberta ao longo da minha trajetória. Ingressei no curso de Engenharia de Energia da PUC Minas, onde tive o meu primeiro contato com o universo da engenharia. A ideia de trabalhar em uma área tão estratégica e imprescindível para o desenvolvimento e a qualidade de vida do ser humano me fascinava. Formei-me no final de 2014 e, buscando me aprofundar no universo da energia elétrica, decidi ingressar no curso de Engenharia Elétrica, também na PUC Minas. Além das atividades curriculares do curso, tive a oportunidade de prestar monitoria na área de máquinas elétricas rotativas, atividade que despertou ainda mais minha paixão por esse universo. Paralelamente à monitoria, estagiei na área de utilidades da Fiat Chrysler Automobiles, onde pude diariamente aplicar e viver, na prática, conceitos e conteúdos estudados no ambiente acadêmico. Essas experiências foram imprescindíveis na minha formação como profissional e os professores e profissionais que tive a honra de conhecer foram verdadeiros mestres e fontes de inspiração. Em julho de 2019, formei-me como destaque acadêmico do curso de Engenharia Elétrica e, hoje, atuo na área de Geração Distribuída na CEMIG. Como tem percebido a presença feminina no setor?
A engenharia, ainda que de forma lenta, mas gradual, tem deixado de ser percebida como uma atividade exclusiva para homens, como culturalmente é encarada. As mulheres têm se identificado com as atividades e com a diversidade de conhecimentos e funções ofertados pelo Setor Elétrico e vêm quebrando paradigmas ao escolher a engenharia como profissão. Nesse sentido, ao ver mulheres na linha de frente e atuando como engenheiras, outras mulheres passam a ter referência feminina na área e se permitem também ingressar no meio. Percebo essa maior participação das mulheres no Setor Elétrico Brasileiro como uma grande oportunidade para o mercado, a partir de uma maior atração de profissionais de grande capacidade e potencial para o meio. Quais as suas perspectivas e projetos de atuação profissional? No segundo semestre de 2019, ingressei no mestrado da PUC Minas e, no momento, estou entusiasmada com a oportunidade de dar continuidade aos estudos, agora em um novo patamar. Tenho bastante interesse na área acadêmica e grande paixão pela troca de conhecimento, o que me traz uma forte vontade de lecionar futuramente. Paralelamente, tenho atuado na área de Geração Distribuída na CEMIG, uma companhia pela qual tenho grande admiração e onde tenho a oportunidade de trabalhar com grandes profissionais do setor elétrico, que me ensinam diariamente o valor de mercado da engenharia elétrica, a importância da área para a sociedade, de forma prática e a aplicação de conhecimentos adquiridos no curso no meu dia a dia. Sou grande entusiasta em unir as duas funções e poder levar futuramente para a sala de aula, como professora, não somente o que aprendo na área acadêmica, mas ensinar aos futuros engenheiros a pensar a engenharia como solução e caminho para melhorias estruturais da sociedade. ![]() Juliana Gutierrez Motta, Engenheira Interdisciplinar que alia a Engenharia Ambiental e Urbana à Engenharia de Energia a partir do Currículo Inovador proporcionado pela UFABC
Sempre tive interesse por questões de sustentabilidade, portanto iniciei o curso de Engenharia Ambiental e Urbana na Universidade Federal do ABC em 2009. Devido ao caráter interdisciplinar da universidade, ao longo da graduação tive oportunidades de cursar disciplinas e visitar empreendimentos de geração de energia, despertando cada vez mais meu interesse pela área. Então, tomei a decisão de cursar também Engenharia de Energia. Foi assim que percebi que estava no caminho certo: uni duas áreas da engenharia que se complementam e, assim, me senti completa! O estágio em uma empresa de energia renovável também foi de extrema importância para reforçar minhas escolhas. Lá pude aprender na prática como energia e meio ambiente caminham juntos. No âmbito profissional você tem atuado na interface do setor com as questões ambientais, na empresa de energia renovável Siemens Gamesa. Como se dá o seu trabalho? Como tem percebido os desafios e as potencialidades dessa área do setor elétrico hoje? Atualmente trabalho acompanhando projetos de parques eólicos prestando suporte técnico desde a etapa inicial, em que se estuda o recurso energético, até o comissionamento dos aerogeradores. Antes disso, trabalhei por quatro anos, incluindo o tempo de estágio, com análise do recurso eólico que envolvia a caracterização do vento e avaliação do terreno em que um parque será instalado. Sua participação nos eventos do CIGRE e especialmente do Comitê de Estudos C3 de Desempenho Ambiental de Sistemas é intensa. Qual a importância do CIGRE no seu percurso profissional e de formação? Durante a graduação no curso de Engenharia de Energia iniciei um trabalho de pesquisa relacionado à sustentabilidade e o inscrevi para apresentação no XVII ERIAC. O desenvolvimento do artigo e apresentação foram etapas de grande aprendizado que contribuíram muito para minha formação acadêmica e profissional e coincidiram com o fim da minha graduação em Engenharia de Energia. Foi, portanto, uma experiência que marcou o fim de um ciclo. Neste evento, além da oportunidade de poder apresentar os resultados do trabalho, também tive contato com diversos agentes do setor elétrico. Percebi, então, a importância de eventos como este que aproximam academia e indústria. Hoje continuo trabalhando nessa linha de pesquisa, porém agora no Mestrado em Energia, também na Universidade Federal do ABC. Assim, continuo buscando participar dos eventos promovidos pelo CIGRE devido à sua relevância para os temas do setor elétrico. Na minha trajetória profissional não foram poucas as vezes que me deparei com estudos desenvolvidos e disponibilizados pelos comitês do CIGRE. Além disso, o CIGRE é um órgão renomado e de referência para o setor elétrico que orienta muitas das questões observadas no dia-a-dia das indústrias do setor. E quanto à presença feminina no setor elétrico, como a tem percebido?
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